Planta estressada e adaptação


Essa noite enquanto cuidava das minhas plantinhas percebi uma coisa interessante que aconteceu com minha Vinca (Catharanthus roseus) e que eu gostaria de mostrar pra vocês.

Bom, quem nutre algum gosto pela jardinagem certamente sabe que existem plantas de sombra, meia sombra e Sol pleno. Sabe também que planta de meia sombra não se dá bem na sombra, que planta de sombra não bem a Sol pleno e vice e versa. É um conhecimento que se precisa observar pra cultivar bem suas plantinhas ou você correrá o risco de vê-las murchar e morrer. 

Ás vezes, porém, apesar de estar submetida a uma disponibilidade de luz que não é a ideal, a planta não morre, mas adapta-se, adquirindo tamanho e tonalidades diferentes da habitual. 
Isso é o acontece com espécies mais resistentes como é o caso da C. roseus, uma planta que em alguns lugares é considerada até mesmo invasora, nascendo em torno de cercados, terrenos baldios e jardins com baixa manutenção. 

Particularmente é uma das minhas plantas favoritas, pois além de pouco exigente em termos de solo e cuidados, ela apresenta uma floração bastante exuberante. 
Contudo, apesar de ser pouco exigente a C. roseus exige alguns mínimos cuidados, como mantê-la sob Sol pleno, com boa irrigação e o plantio de novas mudas, já que se trata de uma planta anual ou bianual. 

O plantio de novas mudas é o que venha fazendo com frequência desde que a minha plantinha alcançou a maturidade e graças a isso tenho inúmeros outros vasinhos com clones da minhas primeira C. roseus

Devido as obras que estão sendo feitas aqui em casa, tive que mudar minhas plantas de lugar e agora elas estão espalhadas por onde dá. Graças a isso um dos clones da C. roseus acabou ficando numa área que só recebe luz solar direta uma ou duas horinhas do dia, enquanto a planta original ficou numa área mais aberta onde a incidência de luz direta é muito maior.
Imagem 1

O que aconteceu então foi algo bem interessante, que revela o quanto a observação dessas regrinhas de plantio (Sombra, Meia sombra, Sol pleno...) devem ser observadas para um melhor resultado. A planta que eu havia deixado em área de pouca luz adotou uma folhagem maior e de coloração ligeiramente mais clara, ao passo que a planta deixada na área de muita luz possui folhas menores e mais escuras (Imagem 1)

Isso acontece pq em área de pouca luz a planta precisa fazer um esforço maior para realizar a fotossíntese, motivo pelo qual ela faz a folha crescer um pouco mais (quanto maior a área da folha, maior a quantidade de luz que ela consegue captar). Por este motivo a planta deixada em área mais luminosa, não precisa de folhas tão grandes.

Mas as alterações não se deram apenas nas folhas, mas nas flores também. Como pode ser visto na imagem 2, a flor da planta deixada em área de pouca luz apresentou um tamanho menor e uma coloração mais clara, ao passo que a flora da planta deixada em área de maior incidência de luz,
Imagem 2
apresentou floração mais exuberante.

Isso acontece pq a planta deixada na área de pouca luz, gasta muito mais energia para ter folhas grandes e com isso acaba sobrando pouca energia para as flores, coisa que não acontece com a planta deixada na área de maior incidência de luz. 

Esse tipo de adaptação a situações de stress são muito comuns na natureza, não apenas entre plantas quanto entre animais também. Por este motivo um bom indicador de que uma espécie em cativeiro está vivendo em condições mínimas de conforto, é a capacidade que ela tem de se reproduzir. Afinal, entre sobrevivência e perpetuação da espécie, a sobrevivência é certamente a prioridade. 

Enfim, esse post não é nenhum tratado de botânica sobre adaptação das plantas, mas espero que tenham gostado. 




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