Curiosidades sobre flores lilases, roxas e afins.

Se tem uma coisa que não posso negar é a minha atração por flores roxas, lilases e afins. A florzinha pode ser pequena como for, se tem essa cor, já tem o meu carinho (até mesmo a flor do Boldo que tem um baita cheiro forte).
Dentre as flores com essa característica, a Verbena rigida Spreng. é uma das minhas favoritas, pois além da coloração, possui uma inflorescência bem delicada que faz lembrar uma guirlanda.
A maioria dos membros da familia Verbenaceae possuem a coloração roxa devido a presença de Delfinidina um pigmento responsável por refletir as cores roxo-azulado e que em consequência disso acaba atraindo muitas borboletas (principais polinizadores de flores com essa tonalidade)

Outra flor com coloração muito bonita é a Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. conhecida popularmente como Quaresmeira. Floresce no outono e primavera, dependendo da região, e é apreciada como planta ornamental pela floração intensa e o porte médio (podendo chegar até doze metros de altura).

Ha ainda a Lobelia erinus, que apesar de ser vista nessa foto com tonalidade muito semelhante a da Quaresmeira, é na verdade uma flor azul escura, quase tendendo para o roxo, mas por se tratar de um excelente exemplo da coloração da Delfinidina, resolvi postar aqui. É uma espécie muito bonita, com floração igualmente bela e muito apreciada como planta ornamental.
Outra espécie que dá uma boa noção de como funciona a pigmentação da delfinidina é a Echium plantagineum L., que eu já falei nessa postagem aqui.



Essa florzinha com morfologia estranha é a Cynara cardundulus, conhecida aqui no Brasil como Cardo. Essa plantinha aí cresce em terrenos baldios, é utilizada na produção de queijo (aqui um artigo sobre o assunto) e pertence vasta familia Asteraceae que compreende espécies como as margaridas e a camomila.
Uma coisa interessante é que embora o Cardo seja muito diferente de uma camomila, ambos guardam algo em comum, além de dividirem a mesma família. Quando você olha para uma camomila como a dessa foto aqui, você enxerga as pétalas brancas e o 'miolinho" amarelo, certo?
Errado! E essa é a característica mais interessante da familia asteraceae, as pétalas brancas são na verdade brácteas, que são estruturas semelhantes à folhas. As flores são, na verdade, aquela miríade de pontinhos amarelos que formam o que a maioria das pessoas acredita ser o miolo da flor.
Com o Cardo é a mesma coisa, essa bolotinha espinhenta não é a flor, as flores são essas branquinhas que crescem um pouco mais.



Por fim e não menos importante, uma das mais belas flores que eu já vi, a Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don.,popularmente conhecida como Manacá.
Lembro que a primeira vez que eu vi um pé de Manacá fiquei encantada, uma única planta capaz de ter flores de três cores. Foi amor à primeira vista. Por esse motivo o Manacá é muito apreciado como planta ornamental (coisa que acontece com a maioria das flores vistas nesse post).
Suas flores surgem na cor roxa desbotando com o passar do tempo até se tornar branca quando está prestes a cair. O motivo é uma reação das moléculas de delfinidina com a luz solar e outras moléculas, provocando o esmaecimento da coloração original.

Enfim, espero que tenham gostado, em breve publicarei sobre outras tonalidades de flores.