Um pouco de Salvador-BA
Hoje acordei com vontade de falar da minha terra, explicar um pouco do seu clima (se é que é possível explicar uma coisa tão caótica), sua natureza e demais características que às vezes fogem ao olhar dos que vem aqui só de passagem.
Revirei meus arquivos em busca de uma imagem que sintetizasse tudo que quero transmitir, mas descobri que sou uma tonta por que eu já deveria saber que isso é impossível. Ainda assim, encontrei três fotografias que podem não agregar tudo, mas resumem de forma eficiente o que quero dizer. Vamos a elas.
A primeira é essa fotografia que fiz no início do verão em 2015 e retrata bem a imprevisibilidade do tempo em Salvador. Aqui a previsão do tempo (sem exageros) RARAMENTE funciona, pois se previsão diz que vai chover, não chove e se diz que vai fazer sol, vem umas nuvens meio loucas e cobrem todo o céu. Além disso tem uma coisa interessante no padrão das chuvas, pois em algumas épocas do ano, mais precisamente na estações de transição como primavera e outono, a chuva cai de hora em hora, com intervalos de céu bem limpo entre um aguaceiro e outro.
Mas o que considero um problema mesmo é que o modelo adotado para previsão do tempo na cidade não funciona e eu vou lhes dar um exemplo disso. Segundo dados do INMET, o índice de precipitação em Salvador para o mês de fevereiro (mês no qual estou enquanto escrevo esse post) é de 142mm, o que comparado ao mês de Abril com média de 309mm, transforma esse em uma dos meses mais secos do ano. Contudo, até o presente momento (contando desde o primeiro dia de Fevereiro), não caiu nem 10mm de chuva no meu bairro nem nos bairros adjacentes, cuja extensão territorial dá aproximadamente uns 40% do território soteropolitano.
Fonte: Climatempo |
Imagem feita a partir do celular (as 14:34 do dia 18/02/16) |
Cadê a chuva? Nem sinal!
E por fim, deixando as querelas climáticas de lado, existe uma outra característica de Salvador que gostaria de lhes mostrar e ela trata do seu relevo tão louco quanto o clima. Uma das primeiras coisas que a gente aprende na escola por aqui é que o relevo de Salvador é acidentado e cortado por vales profundos (frase repetida em coro puxado pelo professor), motivo pelo qual existem tantas escadas como essas da imagem abaixo.
Quando fui morar no Rio Grande do Sul a ausência de escadas foi uma das coisas que o meu corpo mais sentiu a diferença, passei uma vida inteira tendo que subir escadas pra tudo e de repente ir pra um lugar onde tudo pode ser feito no plano me deixou bem animada, mas depois de um tempo eu vi que essa animação se chamava preguiça e quando eu engordei uns dez quilos eu entendi o quanto as escadas me faziam bem.
Agora meu lema é "Escadas ❤!"
Enfirm, esse é um pedacinho de Salvador que raramente quem vem de fora conhece e até mesmo os que aqui vivem, na correria do dia a dia, acabam esquecendo de notar. É uma amostra impregnada de impressões minhas, mas que ainda assim transmite um pouco do que é a cidade que um dia já foi a primeira capital do país.
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